Bastião estava para perder a casa. Firmina, sua mulher, era sempre dando em cima:
-Bastião, pode ser uma coisa dessas não! Deixa de ser malandro! Tô vendo a hora a gente ir morar no meio da rua!
-Firmina, eu vou te pedir mais uma vez: nunca mais me chame de malandro! Eu sou apenas mais um desempregado!
-Desempregado, é? Você quer que o emprego venha bater na porta, me responde?
Foi mais adiante:
Já faz mais de 5 meses que o aluguel da casa num é pago! Tô vendo a hora ser despejada! Pra dizer a verdade eu já sonhei com isso!
E o sonho virou realidade. Assim que fechou a boca apareceu um homem de paletó e se dizendo advogado:
-Estou aqui representando a família Abdula! Por favor, minha senhora, assine aqui!
Firmina, surpresa:
- Mas assinar o quê? O senhor que explicar o que quer dizer isso?
É um termo de despejo! Assine logo para tomar ciência do fato!
Firmina desandou a chorar e indagava para as paredes:
-E agora, pra onde é que a gente vai?
Bastião empostou a voz e comentou:
-Ora, e pra que serve a casa da minha querida sogrinha, hein?
Firmina ainda quis recuar. Mas era a única saída. Ligou para a mãe:
-Pois é, mãe, a gente foi despejado da casa! E a senhora sabe, o Bastião continua desempregado!
Foram morar na casa sogra. Quando o proprietário soube, deu o maior esculacho:
-Quer dizer que a senhora tá subalugando minha casa?
-Não senhor, é minha filha que tá passando uns dias comigo!
-Uns dias, né? A senhora vai sair daqui é agora!
Desivaldo entrou na discussão:
-Cumequié? O senhor falou que ia botar a gente pra fora agora?
-Fica calado aí, além de morar de graça ainda quer criar marra!
O quebra-pau foi pra valer. O Bastião foi o primeiro a deixar a casa.
Está num dos leitos do Frotão.
Todo moído...