CARTÃO VERMELHO
Jovem universitária, de origem humilde,
ao entrar na faculdade empinou o nariz.
Já não falava mais com os colegas
de ginásio, colégio.
Deles queria distância.
O negócio era acompanhar a galera rica.
Entrou na onda do cartão de crédito.
Não estava nem aí para cobranças indevidas,
de não lhe explicarem como funcionava o sistema
de pagamento mínimo.
E não tendo as devidas informações, se atolou em dívidas.
Não pôde ir em frente.
Cansou de repetir a mesma roupa,
calçar os três pares de sandálias.
Cansou.
Voltou às suas origens.
Mas está pagando.
O débito do cartão.
E o pecado da soberba.