sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A GRANFINA E O CORTE DE CABELO

-Raul, meu charmoso esposo,eu estou com uma vontade enorme de fazer os meus cabelos em grande estilo!
-Oh, minha adorada mulher! Cada dia você me surpreende para ficar ainda mais bela pra euzinho!
-Estou vendo aqui nas colunas sociais que tem uma nova  cabeleireira, Heleninha, que está arrasando! Quero conhecê-lo!
-Sim, querida! Mas é bom dar uma ligada para marcar a hora!
Mas do outro lado da linha, o marido da granfina recebeu uma notícia nada agradável. E logo passou para a mulher.
-Querida, lamento informar. Mas essa tal Heleninha está com agenda lotada!
-Então só falando com a Alzirinha, a dona do gabinete, pra ver isso com rapidez!
-Só tem vaga na Copa de 14!
-O quê?Você ta louco, Raul? Você acha que eu vou esperar até a Copa do Mundo de 1914, pra fazer meu penteado?
-Calma, amor da minha vida!Eu posso ter ouvido errado!
-Eu só sei que vou lá é agora!
Ao chegar,logo foi reconhecida pela dona.
-Pompéia, uma das dez mais elegantes do Brasil! Bernardo, chame os fotógrafos!
-Você sempre foi muito gentil comigo, Alzirinha!
-Tem alguma preferência por algum couffer, querida? Nós temos uma que é um sucesso, a Heleninha...
-Ah, mas quase tive um chilique!O Raul ligou e ela falou que só podia me atender na Copa do Mundo de 14! Fui humilhada, estou escandalizada!
-Magina, isso deve ter sido erro de comunicação!Mas aguarda um minuto que vou falar com ela!
E minutos depois, a dondoca  da Pompéia estava fazendo os cabelos com a Heleninha. Passou a ler uma revista e quando percebeu, seu cabelo estava todo estaqueado.
-O que você fez em meu cabelo, sua bruxa? Que penteado mais chulo, mais pobre é esse?
-Ah, é a última tendência da moda cabeluda no mundo!E eu acho melhor ficar caladinha!Não sei trabalhar com zoada!
-O quê? Pois agora vai reparar o estrago que fez em meus cabelos!
Do bate boca para o agarra-agarra! Heleninha foi parar no Frotão, enquanto a madame está internada em um hospital particular. Longe dos holofotes da fama.

A SOGRA DO ALMEIDINHA

Almeidinha vivia quebrando pau com a mulher, a Dalvina.  A sogra sempre ficava a favor do genro:
-Você tá errada, minha filha! Não é assim que se trata um homem!
-Mas ele quase quebra minha cabeça, mãe!
-Bem feito, ele tá mais do que certo!
Era assim: a filha era espancada e a mãe ainda dava cobertura ao agressor. Isso causava revolta na vizinhança:
-A dona Santinha vive protegendo o Almeidinha!
-Eu tô abestada com um negócio desses!
O tal Almeidinha tinha um cartaz enorme com a sogra. E ela falava para quem quisesse ouvir:
-As mulheres de hoje, a começar pela minha filha, não sabem o que é um homem!
Ajeitou os cabelos e prosseguiu:
-Nunca perdi a paciência com o finado Chico! E o bicho era um fino raparigueiro!
Depois de levar mais uma surra, Dalvina resolveu pular fora:
-Cansei, pra mim chega! Vou atrás de outro que me dê carinho!
Partiu sem dizer pra onde. Mas Almeidinha já está com outra mulher. Uma coroa muito conhecida: dona Santinha, sua sogra, para a surpresa de todos. Principalmente da Do Carmo, que diz abertamente:
-Ô veia quente, isso é o fim do mundo meus netim!