quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O SÍNDICO E A MULHERADA

Seu Honorato comemorava 70 anos cercado da família e dos condôminos do edifício do qual era síndico. E as comemorações prosseguiam com reclamos dos moradores principalmente para alguns rapazes que ocupavam o apartamento 502:
- Seu Honorato, o senhor precisa ir lá e acabar com aquela doideira!
 Dona Marli, também se pronunciou:
- É uma coisa horrorosa, seu Honorato! Imagine que eles tão levando mulher pra lá! E tudo quase nua! Que Deus tenha piedade das almas deles e delas, amém!
 Honorato prometeu tomar as devidas providências. No dia seguinte, Dona Dalva, sua companheira de 50 anos, voltou a lembrar-lhe sobre a zoada que os rapazes promoviam:
- Meu véi, eu vou na casa da minha irmã! Aí você aproveita e dá um pulinho lá pra acabar de uma vez por todas com esse bacanal!
  Quando a mulher saiu, o Honorato foi bater no apartamento dos rapazes onde rolava uma música alta do Bob Marley. E quando bateu à porta, foi recebido pelo Marcim Pantanal:
- Pois não, vozim, esmola só dia de segunda-feira!
- Mas que esmola, que nada! Eu sou o síndico do prédio!
- Não acredito! Quanta humildade, quanto carisma! O senhor fique à vontade que eu vou dar um toque pra rapaziada:
- Ei, pessoal, olha quem taqui! O síndico do prédio! Venham pra cá!
  Honorato, começou a falar:
- Bom, a minha vinda aqui é pra atender aos condôminos que estão reclamando que vocês tão fazendo muita zoada, não deixando ninguém dormir!
- Não é verdade, doutor Honorato! Paulim, traz aí uma dose de uísque pra esse homem que é um orgulho da classe sindical!
 O Honorato queria falar, mas logo o Marcim Pantanal, botou a Cris no colo dele:
-Olhai, seu Honorato! Que produto gostoso! E isso acompanhado de umas doses de uísque é bom demais!
 E o seu Honorato entrou na dos rapazes. Passou a beber com duas gatas no seu colo, a Cris e a Mel...
- Vixe, nossa senhora, eu tem pra mim que daqui pra pouco eu enfarto! É muita mulher bonita, gostosa!
 E lá para as tantas, o Honorato já cheio de uísque na cabeça, passou a falar mal da sua mulher:
-Mas ô mulher feia é aquela minha! A Dalva é um canhão!
-Fala dela assim não. Mozim!
-Mas é verdade, minha gostosa!
E passava as mão sobre o corpo da mulher enquanto pronunciava bilu, bilu, bilu.
 A mulher tinha chegado e percebeu que o barulho ainda continuava com insistência.    Foi ver como o marido estava se saindo! A porta estava aberta e ela viu e ouviu tudo. Aí o quebra-pau teve início. Honorato está internado em um hospital. E quando anoitece, chama pelas estrelas.
Principalmente a que leva o nome de sua mulher, a Dalva.

De papo pro ar

Vereadores de Fortaleza , a partir de hoje,

ficarão de férias até o início de fevereiro.

Mas eles trabalham fazendo o quê?

Millor

De Millor Fernandes, sobre honestidade:
-Ser honesto é facílimo. Não tem concorrência.

O perigo do pão


Zequinha e Boca de Sapo eram dois pirangueiros que viviam de pequenos furtos. Até que resolveram ser mais ousados:
-Bicho, nós tamus muito paradão, ó! A gente precisa circular mais, entendeu?
-Tu tem razão, meu brode! Tem um ditado das antigas que diz que cobra que num anda num engole sapo!
-A gente ficar nessa de bater carteira dentro do ônibus ficou pra quem tá começando!
- Pior é ficar esperando algum otário pra abarcar ele numa esquina escura! É até arriscado a gente papocar!
-Isso também é verdade! Nosso revólver é um dedo debaixo da camisa!
 E juntos passaram a caminhar por uma rua meia deserta.:Até que passaram por uma padaria. De imediato, pensaram em assalto:
- Cumequié, Zequinha, bora encarar essa parada?
 O malandro pensou pouco e decidiu topar:
-É o que eu te falei, nossa amizade! Ninguém pode ficar nessa pindaíba a vida toda! Tem que botar logo pra voar as bandas!
-Tudo certim, mas primeiro bora filmar bem o ambiente! Já olhei pra tosos os lados e num vi segurança nenhum!
- Então bora correr dentro!
E invadiram a padaria no momento exato em que novos pães quentinhos e despertando um cheiro gostoso, era colocado no balcão. Os vagabundos se entreolharam e partiram para o roubo. O dono da padaria implorou que não o matasse, e deu o que tinha na gaveta para a dupla. Zequinha, antes de fugir, gritou para o Boca de Sapo:
-Olha o pão quentim, Zequinha, esquece não!
Em seguida pegaram a reta dando um pique e parando num matagal. Era a hora da partilha. Mas antes resolveram saborear os pães. Zequinha falou, depois de uma mordida no pão quentinho:
-Passa a manteiga, Boca Mole!
Que manteiga? Eu num trouxe manteiga não!
-Mas tu é mesmo um fuleiragem! Vambora voltar e pegar a manteiga!
 Voltaram. E se ferraram. O dono da padaria já tinha chamado os policiais que prenderam os dois. Estão no distrito, onde o Zequinha não para de falar:
-Dotô delegado, vê aí ao menos um pãozim com manteiga...