Dagmar tomou um susto quando viu um envelope passar com tudo por debaixo da porta. Começou a imaginar o pior.
-Vixe, Maria! Será alguma intimação da Polícia?
Tinha lá suas razões. Toim Bacural, com quem vivia, não queria nada com a vida. E quando ele chegou, Dagmar deu de pau:
-Tá vendo isso daqui, esse envelope, Toim?
O homem não deu a mínima. Dagmar insistiu:
-Tu é mesmo um irresponsável, só quer saber de baralho!
Toim rebateu tranqüilo:
-Tua pessoa por acaso já viu o que tem dentro do envelope?
A mulher ficou mais calma. E decidiu abrir o tal envelope. Começou a esboçar um sorriso de felicidade. E tascou o grito:
-É uma corrente, benzim, uma corrente!
-Escuta, minha filha, tu deu pra beber agora?
Ajeitou a gola da camisa e prosseguiu:
-Como é que uma corrente pode caber dentro desse envelope?
Dagmar foi adiante:
Mas isso daqui não é uma corrente qualquer. É a corrente da fortuna!
Emocionada, continuou:
-Muita gente já ficou podre de rica. É só escrever 870 vezes e espalhar por aí!
E arrematou:
-Agora quem não fizer isso só vai ganhar desgraça.
Toim Bacural recusou o convite para escrever 870 vezes.. Dagmar perdeu o controle. Pegou uma tesoura e partiu pra cima do amante que foi atingido no braço esquerdo. Estava consumada uma das desgraças anunciada na corrente.