quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

CARTAS DE AMOR

Era metido a boêmio.
Gostava de serestas.
De músicas românticas.
Mas não tinha voz.
Os amigos brincavam:
-Barão, vou te levar lá na casa da Rose!
-Quem é Rose?
-Uma tremenda mulher!
-E a gente vai querer tua pessoa cantando pra ela!
-Não confia no teu taco, no teu gogó?
-Claro que confio, vamos lá!
Noite seguinte, o Barão soltou sua voz de taboca rachada. Os amigos se divertiam. Mas ele lá, firme, cantando para uma mulher que só sabia o nome: Rose.
Dias depois, recebeu uma carta. Ao abri-la, tomou um susto: era de Rose. E elogiava o seu talento como cantor.
Dois dias depois, nova seresta para Rose.
E nova carta de elogio chegando.
Serestas indo, cartas chegando.
Verdadeiras cartas de amor.
Até que resolveu conhecê-la.
E teve uma decepção: ela era ele.
Tomou um chá de sumiço.
Para escapar da gozação dos companheiros.

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